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Sobriedade e dignidade no comando

  • Foto do escritor: Agência ZeroUm
    Agência ZeroUm
  • 4 de mai.
  • 2 min de leitura

Roger Machado e o valor da liderança com respeito.


Técnico Roger Machado. Foto: Cesar Greco/Palmeiras.
Técnico Roger Machado. Foto: Cesar Greco/Palmeiras.

Em tempos de pressão desmedida e análises rasas, o futebol brasileiro ainda é capaz de oferecer momentos que transcendem o jogo e ensinam sobre caráter.


Foi o que ocorreu após o último confronto no Maracanã, quando Roger Machado, técnico do Internacional, respondeu com firmeza e sensibilidade a questionamentos sobre a escalação de Enner Valencia.


Em meio a críticas e cobranças por mudanças no time, Roger manteve-se firme: garantiu a continuidade do atacante, não por teimosia, mas por convicção e respeito à trajetória do atleta. Sua fala evidenciou mais que uma escolha técnica; revelou um modelo de gestão humana.


Ao ser interpelado sobre o rendimento de Valencia, Roger fez mais que defender seu jogador — ele defendeu o princípio da confiança. Enner, embora atravessando fase oscilante, tem histórico de entrega e importância no elenco colorado. Para o treinador, não se trata apenas de números, mas de construir relações que sustentem o coletivo em momentos adversos.


"A continuidade é parte do processo de retomada de confiança", disse, num tom que misturava a autoridade de quem comanda e a empatia de quem compreende. Em um futebol muitas vezes pautado pelo imediatismo, esse posicionamento não é só raro — é necessário. Liderar é, entre outras coisas, saber equilibrar cobrança com acolhimento. Roger demonstra compreender que o vestiário é um organismo complexo, onde decisões impactam não apenas o desempenho tático, mas o clima emocional da equipe.


Proteger um jogador, quando feito com critério, é também proteger o grupo. É sinalizar que ninguém será descartado à primeira queda de rendimento e que o compromisso firmado entre técnico e atleta não é frágil. Essa postura inspira respeito e constrói um ambiente mais estável, algo cada vez mais precioso no cenário esportivo.


A resposta de Roger Machado não foi apenas uma defesa de Valencia — foi um manifesto por uma gestão que acredita no ser humano antes do atleta. Em meio à frieza das estatísticas e à voracidade por resultados, ele escolheu a via mais difícil: a da coerência, do respeito e da liderança ética.

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